Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
19 de Abril de 2024

Deputados uruguaios aprovam projeto que legaliza a maconha

Publicado por OAB - Rio de Janeiro
há 11 anos

A Câmara dos Deputados uruguaia aprovou na noite desta quarta-feira, dia 31, o polêmico projeto do governo do presidente José Mujica que legaliza a maconha no país. Após mais de 13 horas de acalorados debates, a proposta passou por 50 votos a 46.

O texto da lei agora segue para votação no Senado, onde a Frente Ampla de Mujica também é maioria. Caso seja aprovado, o Uruguai se tornará o primeiro país do mundo em que a produção, a distribuição e a venda de maconha a consumidores adultos serão reguladas pelo Estado.

O projeto prevê que, após serem registrados, os usuários possam comprar até 40 gramas de maconha por mês em farmácias, além de permitir o autocultivo da erva.

Segundo pesquisa recente do instituto Cifra, a liberação da maconha é rejeitada por 63% da população do Uruguai. Os governistas argumentam, porém, que ela é necessária para combater o tráfico e o crime organizado - segundo eles, a guerra às drogas é custosa e fracassada.

A aprovação do projeto foi comemorada por cerca de cem defensores da legalização da maconha, que acompanharam a votação das galerias da Câmara uruguaia.

Até agora, há modelos de legislação nos quais se permite o cultivo pessoal com fins recreativos, como no caso dos estados do Colorado e de Washington, nos Estados Unidos, da Espanha - com clubes sociais de maconha - e da Holanda, conhecida desde 1976 por seus históricos "coffee shops", lojas que vendem drogas, mas o projeto uruguaio é muito mais ambicioso.

O governo uruguaio segue o plano da Comissão Global de Política de Drogas - integrada pelos ex-presidentes do Brasil Fernando Henrique Cardoso, da Colômbia César Gaviria e do México Ernesto Zedillo, entre outros - que defende que a guerra aberta contra as drogas fracassou.

FHC elogiou recentemente o projeto uruguaio, já que "não parece concentrar esforços em lucrar, e sim na promoção da saúde e da segurança pública".

Um pouco mais cautelosa, mas igualmente aberta ao debate sobre a legalização da droga é a posição da Organização de Estados Americanos (OEA), que em um recente relatório estabeleceu diferentes cenários para o futuro: um centrado na melhoria da saúde pública, outro na segurança e um terceiro em uma experiência com a regulação.

Já o Órgão Internacional de Controle de Entorpecentes (OICS), organismo da ONU, manifestou sua "preocupação" com o projeto uruguaio, por considerar que viola os tratados internacionais sobre controle de drogas, ratificados pelo país sul-americano.

  • Publicações13410
  • Seguidores221
Detalhes da publicação
  • Tipo do documentoNotícia
  • Visualizações80
De onde vêm as informações do Jusbrasil?
Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/deputados-uruguaios-aprovam-projeto-que-legaliza-a-maconha/100630724

7 Comentários

Faça um comentário construtivo para esse documento.

Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)

O cigarro comum vendido como droga lícita mata anualmente 5 milhões de pessoas, legalizar a maconha, seria apenas consolidar um maior número de pessoas mortas ou doentes, e verbas para o governo do Uruguai. continuar lendo

O Uruguai, mais uma vez, despontando na América Latina como um país avançado em termos de saúde pública e na humanização das pessoas, no caso, dos consumidores de cannabis. continuar lendo

Não há como negar que o tráfico de maconha no Uruguai foi encerrado. Faço votos que o sistema de saúde Uruguaio não seja precário como o nosso e invista em políticas de redução de danos. continuar lendo

Bem, a questão maconha envolve muitas variáveis tipo biológicas (efeitos sobre o cérebro humano e suas funções superiores), psicológicas (efeito sobre os comportamentos humanos) e sociais (efeitos sobre comportamentos grupais, violência, econômicos, etc). Acredito que os legisladores uruguaios foram muito bem assessorados e ao pesarem os prós e os contras tomaram essa decisão. Não foi uma decisão fácil, mas parece que ao não haver um concenso (mínima margem de diferença na votação) me leva a pensar que as posições são divergentes. Tais posições são fundamentadas em evidências da neurociência, da fisiopatologia, da economia, da segurança entre outras? Quais os argumentos de uma parte e de outra? Pergunto também quais os efeitos sobre o cérebro humano? todos os humanos são afetados? ou somente uma minoria? Quais os danos específicos bio-psico-sociais da restriçao ou da liberação? O que pesa mais neste tipo de votação: o político, o social, o econômico ou o impacto sobre a mente humana no que se refere a funções mentais superiores e a possibilidade de favorecer o caminho para a dependência química? Quero ouvir e ler mais porque esta questão já está na pauta aqui no Brasil continuar lendo